Evite o viés legalista em SST

Evitar o argumento da legislação em saúde e segurança? Você está maluco, como assim? Calma. Fique até o final desse conteúdo que você irá compreender. 

 

Saúde e Segurança são temas altamente regulamentados no Brasil. É verdade. Até aqui nenhuma novidade. Historicamente houve essa necessidade, sobretudo na década de 70, onde a acidentalidade no Brasil tinha níveis elevadíssimos e se buscou por meio de “comando e controle” estabelecer parâmetros de segurança para as atividades. Nasceram as Normas Regulamentadoras, as famosas NRs. De lá pra cá muitas legislações foram criadas e outras tantas foram ou ainda estão sendo modificadas. 

 

Muita coisa mudou. Fato. Todavia há um elemento que existia mesmo antes das legislações começarem a ser criadas e que continua a existir. O risco. Porque ele (o risco) é função da existência do perigo e da exposição de pessoas nas suas atividades.

 

A legislação existe porque o risco existe e não o contrário. Essa é a lógica que parece óbvia, mas que infelizmente é subvertida muitas vezes no cotidiano das fábricas,  nas obras, na prestação de serviços. Temos na Sustenter uma opinião muito contundente sobre esse tema: A formação do profissional de saúde e segurança é focada em ensinar leis, regulamentos, decretos e normas e falha em ensinar técnicas de percepção, análise e de mitigação/controle de riscos e de habilidades de comunicação, as  quais poderiam melhor preparar o profissional para os desafios que ele vai enfrentar todos os dias em sua jornada.  

 

À medida que são reforçados os vieses legalistas durante a formação, tem-se ainda outro efeito colateral aos profissionais: A falsa crença, que é fortemente propagada por estes com seus interlocutores, sejam liderados, pares ou superiores, de que a lei por si só é a força motriz para toda e qualquer tomada de decisão no mundo dos negócios. Não raras vezes ouve-se a frase célebre dita por um profissional de saúde e segurança: “Temos que fazer porque está escrito na NR, senão vamos tomar uma multa ou alguém pode ir preso”. Não vamos nem entrar no mérito do prejuízo intrínseco para os relacionamentos profissionais nessa forma de se comunicar. Afinal, quem gosta de estar próximo de pessoas que ficam constantemente falando de penalidades/consequências de não se fazer algo?

 

Ora, um gestor de negócios, tomador de decisões, observa a lei e potenciais danos/penalidades pelo seu não cumprimento, como um dos vários critérios que ele utiliza para a tomada de decisão. Obviamente quando se trata de algo que coloca em risco a vida de pessoas, o peso do argumento legal atrelado aumenta substancialmente. 

 

Então como comunicar-se com o tomador de decisão se o argumento da lei é limitado? 

 

Sendo objetivo, valendo-se de fatos e dados em relação ao(s) risco(s) que as pessoas estão expostas e as consequências de uma não ação para elas, para o negócio e seus stakeholders (acionistas/proprietários, comunidade, clientes, fornecedores). Isso é ir além da média. 

 

Deixe para trás o papel burocrático de porta-voz de legislações e  preste um serviço capaz de permitir uma tomada de decisão, com capacidade argumentativa diferenciada. Vai lhe fazer vencer.

Alexandre Golfetto

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